terça-feira, fevereiro 15, 2011

Um Fariseu Andante

O homem é o único ser capaz de expor-se ao ridículo, usando seus próprios filhos em nome da piedade. Esta semana, vi um homem dentro de um transporte coletivo com um bebê de aproximadamente uns três anos de idade no colo, era um jovem senhor de uns trinta e cinco anos, usava a palavra de Deus para pedir dinheiro; segundo ele, precisava comprar comida para a família; o filho que estava em seus braços e, outros três que deixara em casa com sua mulher. E aquele homem falava de gratidão, de Deus, da bíblia e, que tinha muita dificuldade de conseguir emprego. Todos no ônibus o olhavam e ouviam suas palavras atentamente, e como sempre acontece, uns faziam comentários de solicitude, outros o criticavam baixinho entre si. A criança está suada e cansada dormindo em seus braços, isso por tantas entradas e saídas em ônibus e paradas diferentes. Um dos passageiros cedeu-lhe o lugar e ele sentou-se com a criança que dormia o sono dos justos; ele tira do bolso um pequeno livro “o novo testamento”, e começa a ler como se estivesse pregando. Sobre esse fato as pessoas diziam, que todos os dias este homem faz o mesmo percurso e discurso, cada dia com um filho diferente nos braços; descendo de um ônibus e entrando em outro de linhas e itinerários diferentes. Quando penso nesse fato a primeira idéia que me vem à mente é a falta de respeito desse pai para com os filhos e também a falta de amor próprio. Claro que emprego está difícil, mas há tantas pessoas que vendem picolés, sorvetes, balas, etc. na praia, na rua e até mesmo dentro dos transportes coletivos e, no entanto, conseguem sustentar suas famílias. Será que as pessoas não entendem que não devemos cair nas garras da ociosidade e usar a Deus como culpado de sua pseudo - infelicidade e expor seus filhos ao ridículo? Será que essas pessoas vão à busca de trabalho? Ou são verdadeiros preguiçosos que se acomodam usando a piedade como desculpa? Muitos são ótimos oradores e sabem convencer aqueles que as escutam. Em minha opinião, Deus na sua infinita bondade, jamais abandona seus filhos. Se antes o trabalho era visto como castigo devido ao pecado original, agora o trabalho começa a ser visto como algo positivo. Essa é a realidade das pessoas que acham que a sociedade é injusta e punitiva com elas. No entanto, esses que por falta de coragem para o trabalho, passam para os próprios filhos um exemplo de hipocrisia; assim como dizia nosso mestre Jesus quando esteve nesta terra: raça de víboras que são capazes de vender seus próprios filhos em nome da piedade. E desse modo vivem muitos por esse Brasil a fora a tentar compensar sua ociosidade em nome da piedade, em nome de Deus e seu amado filho Jesus Cristo. (Por: Esoj.Otrebor)

2 comentários:

Luiz Alberto Machado disse...

Tudo muito bom por aqui, parabens. Indicarei nas minhas páginas, aguarde.
Abração
www.luizalbertomachado.com.br

www.pedradosertao.blogspot.com disse...

Olá, Obrigada pela visita e palavras de incentivo. Sim, conheço Teresa Câmara e a equipe do IFESP.
Seu texto discute algo que também já vi, inclusive em sala de aula. Uma vez uma mulher trouxe um atestado, uma receita e contou uma história , indo às lágrimas. Vários estudantes e outros professores contribuíram. Dias depois, a encontrei fazendo compras em uma loja, alegre e falante. Foi quando descobri que ela vivia de "mendigar". Era uma artista, porque até eu me emocionei com a história... E vamos levando a vida, sendo enrolados...